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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Resenha - Ratos

   Olá, pessoas! 
   Essa é mais uma resenha super atrasada que eu tenho para vos mostrar. Terminei de ler Ratos logo que cheguei do carnaval -isso no final de Fevereiro, ou seja, a resenha ta vindo mais de um mês após a leitura- mas não consegui colocar a resenha dele aqui antes. Primeiro, foi o fato do tempo, eu não tive muito dele em Março, depois foi que eu me senti muito inseguro para resenhar esse livro. O fato é que Ratos tem uma complexidade que supera meus sentidos e suga as minhas palavras. Não há descrição, mas como os resenhistas só se ferram, o jeito é neologismar aqui e torcer para dar tudo certo!

Vamos à Resenha!


Título Original: Mice
Gênero: Suspense, Drama
Autor: Gordon Reece
Edição: 1º
Ano: 2011
Editora: Intrínseca
INBS: 9788580570700
Nº de Páginas: 238
Sinopse:
   "Minha mãe e eu vivíamos em um chalé a cerca de meia hora da cidade. Não foi fácil encontrar uma casa que satisfizesse a todas as nossas exigências: no campo, com três quartos, jardins na frente e nos fundos. Um imóvel que fosse antigo (precisava ter "personalidade"), mas ao mesmo tempo confortável - um sistema de aquecimento moderno era essencial, pois detestávamos sentir frio. Precisava ser silencioso. Precisava oferecer privacidade. Afinal, éramos ratos. Não procurávamos um lar. Procurávamos um lugar onde pudéssemos nos esconder." Parte da contra-capa
   "Quando um gato entra na toca de um rato, ele não vai embora deixando-os ilesos. Eu sabia como aquela história iria terminar. Ele mataria nós duas" Trecho presente na capa

   Eu já deixo bem claro, que essa resenha vai ficar um tanto vaga, um tanto solta, mas é que, além de ter um tempo considerável desde que terminei de ler o livro, eu também estou quase dando uma de fanboy (que é, basicamente, um fã maníaco) e dizendo: "Leia! Leia! Leia!".
   Ratos é, sem dúvida, um livro que vai entrar na minha história literária. O autor consegue misturar a temática de tal forma que parece mais um depoimento. Eu me senti um interrogador ouvindo Shelley chorrar. Sentindo a tristeza dela, sentindo o medo dela e depois... sentindo o ódio dela.

   O livro é narrado em primeira pessoa pela protagonista, Shelley. É comum, em termos de narração, a crítica quanto ao olhar pouco abrangente dos personagens principais, entretanto, nossa protagonista é isenta desses fatores por dois motivos. Primeiro, ela é uma pessoas muito observadora, suas descrições não são superficiais e carregam uma veracidade que, mesmo quando na verdade inexistente, é tão poderosa em suas palavras que você acaba concordando com ela. Segundo, porque ela não permanece ela mesma durante a narração (e isso vocês perceberão após a leitura). O fato é que a própria Shelley muda e com isso, seu ponto de vista também. Ou seja, cada vez que ela encontra com um personagem ela já faz uma anotação diferente, já tem uma nova percepção. Desse modo, um quadro é pintado de vários ângulos, cabe ao leitor juntar as peças e deduzir coisas.

   As descrições do espaço são ótimas, na medida certa e com a simplicidade necessária. É fácil pintar os cenários onde o livro se passa, também é fácil a visualização de personagens. Tudo isso, mais uma vez, graças aos dons narrativos da protagonista. O tempo no livro é atual pois, mesmo sendo o principal cenário uma região "rural", pode-se perceber traços da atualidade em aparatos tecnológicos - celulares, notebooks, etc.

   Enfim, na maioria das resenhas eu coloco a sinopse disponível pelo livro, mas, nesse caso, eu resolvi colocar, não o que é a sinopse, mas sim um texto da contracapa que atrai, mas que não gera spoiler do enredo. 

   Quanto ao enredo, eu posso apenas dizer que é uma trança de acontecimentos. Primeiro uma série de fatores te atrai para a protagonista. Ela é a mocinha, a vítima. Depois, com uma reviravolta o seu cérebro entra em colapso (e eu não vou dizer o porquê). Os hemisférios, esquerdo e direito, começam a batalhar entre si. Você começa torcer por ela, mas o certo seria torcer contra.

   Um dos aspectos que preso muito em livros é a surpresa e, nesse livro, esse quesito é um prato de mão cheia. Quando você acha que pegou o final, ele foge, escapa. É de fato escorregadio e a melhor solução é deixar fluir e se deliciar lendo.

   O material usado é de boa qualidade. A capa tem um detalhe adicional, pois é cortada onde está escrito Ratos, dando a entender a entrada de uma toca. As folhas são amareladas e não tive a infelicidade de achar erros quanto a escrita. As letras são de tamanho razoável, mas quando li Ratos havia acabado de largar um livro com fonte imensa, então senti uma forte diferença inicial, mas que foi ficando sutil depois de um tempo. Na minha opinião, a capa representou muito bem o seu papel, infelizmente não posso discorrer sobre ela sem gerar spoiler do enredo, mas se você já leu e quer discutir os comentários são perfeitos.

E o conceito final de Ratos é:


   Nem preciso falar que o livro é super recomendado! Mas, alto lá (é legal usar essa expressão), o livro é de uma temática muito forte, eu acho que crianças não seriam atraídas por ele, mas mesmo assim vale lembrar que ele trata de assuntos muito carregados para alguém menor de até 14 ou 15 anos. Fora isso, é um banquete para quem gosta!