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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Resenha - A Fera


Título Original: Beatly
Gênero: Romance
Autora: Alex Flinn
Edição: 1º
Ano: 2011
Editora: Galera Record
INBS: 978-85-01-09021-8 
Nº de Páginas: 317
Sinopse:
   EU SOU UMA FERA.



   Uma fera. Não exatamente um lobo ou um urso, um gorila ou um cão, mas uma terrível criatura que anda em duas patas - uma criatura com desdes e garras e pelos surgindo de cada poro de minha pele. Sou um monstro.

   Você acha que esou falando de contos de fada? De jeito nenhum. O lugar é Nova York. O momento é agora. E vou ficar dessa forma para sempre - destruído -, a não seu que possa quebrar o feitiço.

   Sim, o feitiço, aquele que a bruxa da minha aula de inglês lançou sobre mim. Por que ela me transformou em uma besta que se esconde durante o dia e rasteja  à noite? Vou lhe contar. Vou lhe contar como eu costumava ser Kyle Kingsbury, o cara que você gostaria de ser , com dinheiro, beleza e uma vida perfeita. E aí vou contar como me tornei... a fera.

   Posso começar a resenha contando algo muito pessoal mas que influenciou totalmente na minha opinião sobre o livro? Eu não lembrava quase nada de A bela e a Fera e esse simples fato - por mais incrível que pareça - fez eu me surpreender com coisas que aparentemente, todos sabiam... exceto eu, claro.

   Já com uma pequena dica no parágrafo acima, a primeira afirmação no quesito enredo de A Fera é que o livro é uma recontagem do clássico infantil A Bela e Fera. Sei que para uns, essa pequena afirmação será suficiente para desistir de ler o livro, mas já deixo de aviso para vocês: foi uma ótima experiência!

   Alex nos traz o clássico sob uma perspectiva diferente. Não mais olhamos o lado da suave, frágil e dócil Bela, agora sentimos toda a aspereza, rigidez e - por que não? - solidão da Fera. Tal sutil (ok, não tão sutil) mudança com certeza intensifica a força da lição moral que o conto infantil tenta nos trazer: dar mais importância para o interior que para o exterior.

   Quanto a atualização da história, ou seja, trazê-la para o nosso tempo, com nossos costumes e tudo o mais, o livro não deixa desejar. A autora administrou com maestria, fazendo as modificações necessárias de modo que, se não houvesse um clássico no qual ela se inspirou, nunca poderíamos imaginar que a história veio de um modelo mais medieval (lembrando que esse conto existe em várias culturas, com milhares de adaptações. Mas eu estou me referindo a Disney quando digo isso)

   Conhecemos, então, a "humilde" vida de Kyle Kingsbury, filho de um aclamado âncora da televisão. Kyle é, em poucas palavras: rico, bonito e esnobe. Mas ele é esnobe de tal forma que nem se dá conta de que é esnobe, e isso você percebe nas primeiras páginas do livro, quando, inocentemente, ele sente pena de todos os outros que não chegam aos pés da divindade que ele é. O caráter desse personagem não me agradou desde o início, mas me fez refletir. De fato. não foi ele quem decidiu ser desse jeito. O pai o impôs assim, bem como todos a sua volta, afinal, não há show sem platéia, mestre sem servos nem blog sem comentários! Em suma, não há Kyle perfeito sem pessoas que achem que ele é perfeito.

  Em todo o decorrer dos fatos, Kingsbury sempre está querendo alguém para quebrar a maldição, alguém para amar, ou melhor, alguém que o ame no seu estado de fera. Mas quando a autora nos traz isso, a impressão que eu tive foi de que ele foi forçado a amar, na verdade, terminei achando que ele não passou a amar a Bela, ele passou a amar o fato de ela amar ele. 

   Há, certamente, outros personagens secundários, mas eu decidi excluí-los da resenha, pois acho interessante descobrir quem seria quem no conto original. 

   A narração é em primeira pessoa, sob a voz de nosso humilde protagonista. E, uma coisa difícil de afirmar sobre narrações de modo geral, ela corre sempre no mesmo ritmo, sem alterações muito acentuadas. Sempre fluindo. Considerei esse fator interessante pois não é um livro que exija muita concentração para leitura, tornando-se uma leitura sobretudo relaxante.

   Não posso dizer que Kyle seja uma pessoa muito comportada, e o seu jeito de ser influenciou bastante em algumas traduções. Ele sempre se refere a uma menina a caracterizando como "gostosa", bom, nem sempre, mas no outro caso ele costuma esculachar a garota. Isso, e algumas outras coisas, podem gerar um estranhamento para quem não espera ver esse tipo de linguagem em um livro.

   O livro é dividido em 5 partes, que por sua vez são divididas em capítulos. Mas, entre algumas partes há o aparecimento de algo que simula conversas em bate-papos. Foi o gancho usado para o começo da narração, mas os trechos são completamente desnecessários, além de que, as vezes, por adaptar aquelas formas horríveis de abreviação, eu não conseguia entender o que o personagem tentava dizer. Isso é frustante!

   O livro, da Galera Record, não deixa a desejas no quesito diagramação. É tudo muito organizado, arrumado e não me lembro (realmente não lembro pois faz tempo que li) de ter achado nenhum erro de português. As páginas são amareladas e a capa seria perfeita, não fosse a intromissão daquele círculo horrível com os atores da adaptação pata cinema.

   Por falar em adaptações, eu não assisti a essa, por isso não posso opinar se é boa ou não.

E, por fim, o conceito final de A Fera é:


   A nota reflete a função, PROPOSTA x REALIZAÇÃO. Com certeza, A Fera não é um livro que promete mudar o modo como se percebe a vida, longe disso, mas o pouco que ele tenta nos mostrar, realmente consegue. E, além disso, se você, que curte romances bem suaves, precisa de um livro só para passar o tempo, esse é recomendadíssimo!

P.S: para mim essa resenha disse tudo o que deveria, mas ficou meio sem pé nem cabeça kkk' E vocês, o que acham?