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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Filme - Mulholland Drive


Mulholland Drive (Cidade dos Sonhos)
Produção independente 
Direção: David Lynch
Roteiro: David Lynch
Gênero: Suspense / Drama  
Duração: 145 min 
Ano de lançamento: 2001

Sinopse:
"Rita sofre um acidente e perde a memória em Mulholland Drive, uma das estradas nos arredores de Hollywood. É ajudada por Betty, uma jovem aspirante a estrela que acabou de chegar a Los Angeles. Do outro lado da cidade, Adam, realizador de cinema, descobre que a Máfia controla o seu último trabalho. Um cowboy, uma vidente, um anão e alguns ilusionistas... Uma história de amor na cidade dos sonhos. "


   Mais um filme surrealista? É Beneson, parece que seguir recomendações a escura está levando você a obras cada vez mais viajadas. E que ótima viagem foi essa. Mulholland Drive é o tipo de filme em que você passa o tempo inteiro sem entender nada, tentando no máximo ligar pontos. E no final, você está mais perdido do que nunca, vendo se o que imagina realmente está certo.  Mas as vezes tamanho exercício mental é bom, e te faz ver que cinema não é apenas fatos ou ficções - pode ser também sonhos, viagens além da normalidade, mas cheias de sentidos. Sim, sentir, essa é a palavra certa. Pois num filme destes não será a lógica que te guiará, e sim o sentimento.

   Um acidente de carro em Mulholland Dr. leva Rita (Laura Herring) à amnesia e uma forte amizade com a recém-cegada Betty Elms (Naomi Watts). Esta pode ser o ponto central do filme. Mas o roteiro é tão complexo e cheio de simbologias soltas que a descrição acima acaba sendo engolida. Personagens chovem nos momentos mais non-senses, em situações non-senses, e o espectador deve apenas observar atentamente. Não pense que elas poderão na próxima cena fazer sentido; se fizerem, apenas no final, ou talvez horas depois de você ter terminado o filme e conseguir ligar uma a outra. Por isso preste bastante atenção aos detalhes, que logo o mais simples poderá fazer toda a diferença na interpretação.

   O bom é que em Mulholland Drive as cenas são longas, paradas e vagarosas, dando tempo ao espectador de visualiza-la bem. Os diálogos são sempre pequenos, mas todos de extrema importância. Não por isso o filme se torne chato ou enjoativo. A ambientação é sempre misteriosa, muitas vezes estanha aos olhos, instigando mais e mais a curiosidade. Foi um maravilhoso trabalho do produtor, diretor e roteirista David Lynch (Elephant Man e Eraserhead), que conseguiu não só idealizar um filme deste gabarito, mas também produzi-lo de maneiro magnífica. Algumas cenas beiram a pura sensação, e devemos ser apenas tomados pela música ambiente, ou a iluminação, ou uma expressão, para que tudo aquilo se encaixe no mais improvável sentido. Estranho e realmente belo.

   Não acho que tenha mais o que falar deste fime. Não acho que devo falar mais deste filme; o espectador é que deve absorver o que conseguir ao seu modo. Aos que já viram algum 'mindfuck' como este, não será grande problema digerir Mulholland Drive. Aos outros, estreiantes em não entender metade do que acabaram de assitir, boa sorte.

   Uma dica aos que gostarem deste filme é o clássico cult Donnie Darko, responável por lançar o hoje astro Jake Gyllenhaal. Por hoje é só, mas espero trazer na próxima semana uma resenha mais normal. Até mais pessoas.

Beneson C. Damasceno