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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Filme - Wall-E


Wall-E
Pixar Animation Studios
Direção: Andrew Stanton
Roteiro: Andrew Stanton
              Jim Reardon
Gênero: Aventura / Ficção
Duração: 98 min 
Ano de lançamento: 2008
Sinopse:  
"Após entulhar a Terra de lixo e poluir a atmosfera com gases tóxicos, a humanidade deixou o planeta e passou a viver em uma gigantesca nave. O plano era que o retiro durasse alguns poucos anos, com robôs sendo deixados para limpar o planeta. Wall-E é o último destes robôs, que se mantém em funcionamento graças ao auto-conserto de suas peças. Sua vida consiste em compactar o lixo existente no planeta, que forma torres maiores que arranha-céus, e colecionar objetos curiosos que encontra ao realizar seu trabalho. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz um novo e moderno robô: Eva. A princípio curioso, Wall-E logo se apaixona pela recém-chegada."



   As animações digitais cresceram comigo. Quando criancinha, um dos primeiros filmes que assisti foi Toy Story; simplesmente o primeiro filme do tipo. Logo depois fui ao cinema ver Dinossauros (mas dormi no meio do filme e até hoje não consegui vê-lo completo :S), e com uns 5 ou 6 anos, assisti A Viagem De Chihiro, o premiadíssimo filme japonês em formato anime. Daí em diante vieram Shrek, Vida De Inseto, Monstros SA, Os Incríveis e muitos outros, tão divertidos e tão emocionantes na infância. Mas aí a pessoa cresce, acha que desenho é coisa de criança e se esquece do quão belo pode ser experimentar mais um pouco de inocência na forma de uma animação. Wall-E reascendeu-me essa criança interior. Mais do que isso, trouxe-me tantos sentimentos quanto um filme "adulto" sem perder a beleza clássica de uma animação da Pixar.

   O enredo de Wall-E é básico, sem muitas frivolidades. O robô coletor que carrega o nome do filme é um dos poucos, talvez único que funciona no planeta Terra, há muito vazio de vida e cheio de lixo. Sua "vida" pacata tem como único entretenimento a busca de objetos inúteis, mas que lhe chamem a atenção de qualquer forma. Esse hobby de E consegue tornar o personagem mais humano que  qualquer inumano da Pixar, com sua curiosidade e colecionismo nada robótico.

   Mas tudo muda com a chegada de EVA, uma elegante sonda responsável por buscar algum resquício de vida no planeta desabitado. Aí você sabe, amor a primeira vista. Sim, amor, entre dois robôs! Wall-E e EVA têm  suas falas baseadas na pronúncia eletrônica de seus nomes, quase como pokémons, mas conseguem incrivelmente transmitir uma humanidade em seus atos, expressões corporais e faciais, superando muitos atores reais. Numa máxima romântica, o robozinho tenta de tudo para simplesmente segurar a mão de sua amada, como um casal, fazendo qualquer apaixonado ou ex-apaixonado se lembrar de como já tentara fazer o mesmo.

   Mas não é porque o filme têm ótimos personagens e ótimo enredo (básico, mas bem produzido) que o resto não será bem cuidado. Como já é de praxe nos filmes da Pixar, o traço de Wall-E é impecável, belamente colorido e animado. O fato de absolutamente tudo na película ter de ser feita manualmente traz cenas perfeitamente executadas, com destaque a iluminação maravilhosa e os closes nas interações entre E e Eva. Dublagem não foi o problema, quando grande parte dos sons se resume a bips e palavras simplistas. O que impressiona é que mesmo assim a interações entre os robôs não se torna limitada, buscando nas ações e tons de 'voz' toda a expressão perdida e mais um pouco. E se tratando de técnica, a física de movimentação no espaço é outra grandiosamente trabalhada, protagonizando uma das cenas mais lindas do filme: o baile de E e EVA no espaço, entre estrelas e naves, numa sincronia e beleza de mexer com qualquer marmanjo.

   Tudo isso em uma animação. Animação no sentido de dar movimento a imagens computadorizadas, no sentido de animar, elevar os ânimos. Mas, mais do que tudo, no animar de dar vida a coisas banais e simplistas, buscar o mais verossímil possível entre homens e objetos. A Pixar têm seu prestígio nas animações por conseguir trazer tudo isso em películas infantis, buscando sempre o mais humano em seu mundo de sonhos. Não interessa se o personagem é um robô, monstro, brinquedo, peixe ou homem; o que importa é a transparência de emoções que estes devem oferecer a quem assiste o filme, e como estas mexem com o espectador. E levando em conta o fato de caírem lágrimas em alguns momentos, sim, Wall-E me emocionou. Não vou dizer que ela é a MELHOR animação que já vi, afinal a  competição é acirrada. Mas com certeza, foi a que mais me marcou, como animação, e como filme.

   E semana que vem temos mais pessoas. Espero que venha um filme real, mas isso só o destino sabe. Até.