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sábado, 21 de julho de 2012

Resenha - O Herói Perdido

Título Original: The Lost Hero
Gênero: Aventura
Autor (a): Rick Riordan
Edição: 1ª
Ano: 2011
Editora: Intrínseca
INSB: 978-85-8057-008-3
Nº de Páginas: 440
Sinopse:

Jason tem um problema. Um belo dia ele acordou sentado em um ônibus lotado de jovens e todo o seu passado estava apagado da memória. Ao que parece ele tem uma namorada chamada Piper e um melhor amigo, Leo. Os três estudam na Escola da Vida Selvagem, um internato para "crianças difíceis". como Leo diz. O que Jason fez para acabar ali e que lugar é aquele? Bem... disso ele não tem a mínima ideia. Uma coisa, porém, é certa: tudo parece completamente sem sentido.

Piper tem um segredo. Seu pai, um ator famoso está desaparecido há três dias, quando,  num pesadelo, ela o viu em perigo. Piper não sabe o que o sonho quer dizer, nem porque o seu namorado, de repente, não a reconhece mais. No entanto, quando uma estranha tempestade desaba durante excursão da escola, revelando criaturas medonhas e carregando Jason, Leo e ela até um lugar chamado Acampamento Meio-Sangue, Piper começa a achar que, queredno ou não, vai descobrir as respostas.

Leo leva jeito com ferramentas. Ao chegar ao acampamento e encontrar um chalé repleto de peças e engrenagens, ele se sentiu em casa, apesar de algumas coisas ali parecerem um pouco esquisitas - como a maldição sobre a qual todos comentam e o tal campista que estaria desaparecido. Mais estranho ainda é que todos insistem em dizer que são filhos de deuses. Será que isso teria a ver com a amnésia de Jason ou com o fato de que Leo, às vezes, vê... fantasmas?

O Héroi Perdido é o primeiro dessa nova série - Os Hérois do Olimpo - escrita pelo já renomado, Rick Riordan. Nesse novo trabalho Riordan nos traz de volta ao Acampamento Meio-Sangue, mas com novas caras. Jason, Piper e Leo protagonizam todos as cenas de ação em uma trama que já vem entrelaçada com as antigas aventuras do antigo pessoal d'Os Olimpianos.

Riordan já ficou muito famoso com a série de Percy Jackson, disso não há dúvidas. Mas quando eu vi que ele lançaria um outro livro com a mesma premissa de deuses vivendo entre nós, até mesmo usando coisas que já haviam sido criadas em seus outros livros, fiquei com um pé atrás. Eu imaginava que leria um série feita com a mesma equação que Percy Jackson, mudando apenas os coeficientes. Em parte, eu estava certo (a-ha!), mas devo admitir que o livro vai um pouco, não muito, mais além do que eu imaginava.

A estória, já como característica do autor, é repleta de aventuras, monstros, segredos e coisas que ninguém entende até a última cena. Ou talvez não. Fazendo uma comparação - uma prática indevida, porém quase involuntária - com Percy Jackson, notei uma diminuição no quesito surpresa que os antigos livros me traziam. Pesquei boa parte da trama, muito antes das grandes revelações, mas não sei dizer se já é por ter me habituado ao estilo do autor, ou por estar bem mais maduro nas leituras. O fato é que o livro deixou muito a desejar, com raras e pequenas exceções onde fui surpreendido.

Uma dessas exceções foi a aparição dos deuses romanos, que tem um papel fundamental na trama, visto que agora ela é escrita em torno deles. Mas que segredos permeiam os Romanos? E o que eles tem a ver com os bons e velhos Olimpianos? Se você já estudou história da Roma Antiga, pode ser que você saiba. Mas se você é leigo no assunto, junte-se ao clube e leia! 

Uma outra coisa que me incomodou de certo modo foram as saídas criadas pelo autor para cada situação. Admito uma certa sede de sangue de minha parte, mas não gostei nem um pouco dos desfechos de certas situações. Obviamente pedir verossimilhança em um livro que envolve os deuses antigos chega a ser patético, mas nesse caso eu me refiro a algo tão antigo quanto esses deuses: o egoísmo a auto-preservação humana. Não sei vocês, mas eu pensaria muitas vezes antes de meter minha cara no meio da morte certa para salvar alguém que, em algum momento, pretendeu me enganar... E se fosse farsa? Mas, não, todos são bonzinhos e, no último minuto, por mágica - ou eu deveria dar os devidos créditos ao poder divino? - tudo se resolve. Todos saem ganhando. TODOS! Só eu que me decepcionei? Ah, não custa nada matar personagem.

Como sempre, os livros se passam em pequenos períodos - quatro ou cinco dias - e dessa vez ele extrapolou em como mandou as crianças de uma ponta a outra do país. A princípio ser semideus não é fácil, mas quando seu pai é um deus, acho que dá pra mexer algumas grandes toras e as cenas onde se locomover se torna desafiante, simplesmente aparece alguma entidade e Puf! eles aparecem onde precisam!

Quanto aos personagens, devo dizer que uns me agradaram e outros me desapontaram bastante. Primeiro temos Jason, o garoto que acordou sem ao menos se recordar do próprio nome. Ele é um líder nato, do estilo que dizem pra ele "Você é o líder" e não do que ele mesmo diz "Eu sou líder!". O tempo todo é explorada a questão da amnésia dele, e o que no início é novidade, passa a se tornar massante depois de alguns capítulos. Piper é a típica rebelde: não se importa com a aparência, esconde todas as suas fragilidades e até mesmo comete atos, digamos, inapropriados. Pode parecer um clichê, mas tudo muda quando se descobre as raízes dela. Leo, para mim, protagonizou todos os bons momentos da narrativa. É o personagem mais extrovertido e otimista deles, mesmo tendo problemas tão graves - ou até piores, pois estes os deles já não tem cura - que os outros. Pode ser mera ilusão, mas, para mim, Leo é o único que consegue as coisas com esforço físico e, por isso, acredito que ela atrai muito mais carisma sobre si.

E por falar em narrativa, devo dizer que estimei em especial o modo como essa foi levada a frente. Para quem reclamou do estilo primeira pessoa na série de Percy Jackson, dessa vez o livro vem em terceira. Mas o narrador é divido em três momentos que ficam se repetindo e, em cada um deles, tem acesso aos pensamentos e emoções de cada personagem principal, embora em nenhum momento ele deixe de narrar os atos de todos. O maior prestígio desse modo de narração é quando eles se separam, assim, você tem conhecimento de várias coisas em vários lugares que aconteceram ao mesmo tempo.


Já que falei em Percy Jackson tantas vezes, está na hora de apontar o maior furo desse livro: ele necessita, sim, da série anterior! Se você não leu Percy Jackson & Os Olimpianos, ficará extremamente perdido em tudo! Muitas coisas são explicadas nesse livro, mas nada comparado à tour de cinco anos que leu a primeira série do autor fez. Falha máxima!


Entretanto, partindo para uma coisa que eu muito admiro na escrita desse autor, uma das coisas que eu sempre gostei foi modo como ele mescla e rescreve algumas partes da história sempre me encantam. Quem aí se lembra a explicação dele para as Guerras Mundias? Pois é, mais uma vez ele explica alguns fatos de maneira interessante e inusitada! Muito bom!


E o conceito final de O Herói Perdido é:






Amanhã estarei postando imagens muito legais que encontrei sobre os personagens da série! Não deixe de conferir! E não esqueça de comentar, é rapidinho!